Tenho boas lembranças de meu tempo de estudante. Estudei em escolas públicas do interior, tive bons professores e sempre procurei corresponder sendo assídua e aplicada.
Uma única vez, no ginásio, senti-me injustiçada, mas não manifestei meu sentimento ao professor.
Em casa, queixei-me à mamãe, dizendo que não capricharia mais nos trabalhos daquela disciplina porque o professor não reconhecia o meu esforço. Como era a primeira vez que levava para ela um problema da escola, cheguei a pensar que mamãe "compraria a briga" de sua filha caçula.
Depois de ver meu trabalho, para minha decepção, ela respondeu bem séria: "O professor não deu uma nota maior, porque ele sabe que você tem condições de fazer melhor... E quem quer ser alguém na vida, precisa estudar..."
E foi falando... falando... (mamãe, quando começava era difícil parar) uma série de coisas que depois de certo tempo, já meio arrependida da queixa, nem ouvia mais.
Até que ela me saiu com essa: "Se você ficar em prova de segunda época, vai ter que estudar nas férias e não vai viajar". Foi um susto. Eu, que adorava ir para Niterói, tratei de melhorar minha nota para passar de ano.
Depois de adulta, também já militando no magistério, o próprio professor, conversando comigo, contou que mamãe o procurou, naquela ocasião, para saber o que estava acontecendo.
Nos dias de hoje, se os pais percebessem a importância do professor na vida de seus filhos, agiriam como agiu Dona Niette: comigo, deu razão ao professor, mostrando que em sala de aula ele era a autoridade e devia ser respeitado; junto ao professor, mostrou ser uma mãe zelosa procurando saber como eu estava na escola e no que ela poderia contribuir para melhorar meu rendimento.
Mais uma lição importante para minha vida que procurei passar ao meu filho.
Foto: peixegordonews.blogspot.com
Postado por Maria Lucia Sardenberg
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