quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PESQUISADOR DA UFF COORDENA ESTUDOS DE NOVOS CANDIDATOS A FÁRMACOS COM ALVO NA DOENÇA DE CHAGAS

Fármacos voltados à quimioterapia da Doença de Chagas, produzidos a partir da síntese de lapachona e por meio de uma metodologia de baixo custo, estão em processo de aquisição de patentes no INPI. São medicamentos resultantes de pesquisas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a UFRJ e Fiocruz, sob a coordenação do professor Vitor Francisco Ferreira, professor titular do Instituto de Química da UFF e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ).
Os resultados permitiram a sintetização de diversas substâncias que produzem efeitos positivos contra o 'Tripanozoma cruzi', parasito causador da doença de Chagas. Os estudos têm o financiamento Faperj-CNPq e estão incluídos no projeto "Planejamento, síntese, avaliação biológica, modelagem e eletroquímica de compostos bioativos relacionados com tumores e doenças parasitárias".
Em artigo publicado, o professor Vitor Ferreira afirma que "as propriedades do lapachol e da beta-lapachona são conhecidas desde 1858", e que se trata de "substância natural encontrada como constituinte minoritário do cerne de árvores da família 'Bignoniaceae', conhecidas no Brasil como ipês. A beta-lapachona, apesar de ainda não ser um fármaco, é uma substância muito importante do ponto de vista da pesquisa científica. Suas atividades farmacológicas e sua estrutura têm servido de inspiração para os químicos medicinais, no desenvolvimento de substâncias mais seletivas contra o 'Tripanozoma cruzi'.
A doença de Chagas compõe o conjunto de "doenças negligenciadas' - que inclui a dengue, esquistossomose, hanseníase, leishmanioses, malária, tuberculose -, classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doenças associadas à situação de pobreza, às precárias condições de vida e às iniquidades em saúde. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, "apesar de serem responsáveis por quase metade da carga de doença nos países em desenvolvimento, os investimentos em P&D, tradicionalmente, não priorizaram essa área." Portanto, algumas são excluídas dos esforços de P&D da iniciativa privada e marginalizadas do mercado da indústria farmacêutica.
Imagem: uff.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário