O trabalho de João Bosco se desenrola a partir de reflexões a respeito do mundo contemporâneo, sendo, portanto, a substância do real, o que basicamente o constitui. A contaminação do mundo é questão recorrente, no sentindo mais amplo da palavra, isto é, contaminação enquanto modalidade existencial, a opor-se às velhas convicções baseadas na monofonia do purismo: metafísica da essência, buscas por identidade, nacionalismos, noção de estado-nação e mesmo o heroísmo nietzscheano. Na série dos Transviados, o principal argumento é o fenômeno da contaminação, não a exclusão dos travestis. Aquele universo interessa o artista na medida em que recusa a ideologia do UM, mas João Bosco não vê a dita série engajada num esforço explícito para dar voz a injustiças, embora esteja fora de controle o modo como será absorvida pelo mundo social.
As pinturas mais recentes, realizadas em janeiro de 2011 em Nova York, são perpassadas por evidências da cidade, que deixa sua marca em logotipos e nos objetos “clássicos” da cultura de massa. Tais marcas, logomarcas, se preferirmos, são veladas e desveladas pela tentativa incansável da forma. Nessa série de trabalhos, o argumento da contaminação reaparece, tanto na incidência de tipos e logomarcas, quanto na mídia vulgar (bolsas de compras) que o artista utiliza como suporte para a pintura.
ABERTURA: 26 de abril de 2011, das 19h às 21h
VISITAÇÃO: até 21 de maio de 2011
Aliança Francesa de Niterói
Rua Lopes Trovão, 52 – Icaraí – Niterói
2610-3966 / afniteroi.com.br
Imagem: cedida pela Aliança Francesa Niterói
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