O Estado do Rio de Janeiro, segunda maior arrecadação do país, passa por uma das mais sérias crises que se tem notícia. Muitos vêm se referindo a ela como uma ‘crise educacional’, esquecendo-se de que ela é indissociável da crise social, que também estamos vivendo.
Para transformarmos esta sociedade caótica, violenta e desigual é preciso entender que educação é questão de segurança nacional. Pensamos que a segurança da população é garantida com armas; isso é um equívoco. Quando é preciso se utilizar das armas e investir em UPPs é porque já não há segurança. A melhor forma de se prevenir a violência é educar corretamente nossas crianças e jovens e dar a eles a possibilidade de uma vida digna. Esse é o papel fundamental do governo.
Vivemos a expectativa da chegada do Comperj e outros grandes empreendimentos que fortalecerão o mercado de trabalho do estado. Nossos jovens estão preparados para ocupar as milhares de vagas que serão oferecidas?
Assistimos todas as formas de economia com a educação e onde mais se economiza é no salário dos professores. Eles estão entre os profissionais de menor remuneração, no País. Um professor da rede pública estadual, com pós-graduação e 25 anos de trabalho, aposenta-se recebendo de salário R$1.650. As Faculdades de Formação de Professores não atrai os jovens; em algumas disciplinas a falta é crônica. O Estado abre concurso e muitos aprovados assumem a sala de aula, mas logo abandonam por não conseguirem sobreviver com o salário que recebem. Até julho deste ano, 1.536 professores pediram exoneração.
A sociedade sempre esperou muito da escola. Já no século XVIII falava-se da função transformadora da educação. Afirmava-se que cabia aos professores educar as crianças para uma melhor condição futura da raça humana. Se queremos, verdadeiramente, que os professores cumpram esse papel precisamos exigir que os governantes os remunerem segundo essa imensa responsabilidade.
Imagem: pinheirolopesfernanda.blogspot.com
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