Há poucos dias de completar um ano que a região serrana sofreu com o maior desastre climático da história do Brasil, a população das cidades atingidas volta a se preocupar com as fortes chuvas características do verão e suas consequências.
A falta de geólogos no país compromete o avanço nos trabalhos de mapeamento das áreas de risco, que estão atrasados. Segundo a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE), aproximadamente 200 pessoas trabalham no setor. Dados do governo federal apontam 1.386 municípios brasileiros com áreas sujeitas a deslizamentos e 1.417 passíveis de inundações bruscas de alta intensidade.
Um estudo geológico feito em 30 municípios do estado do Rio comprovou que aproximadamente 32 mil pessoas continuam vivendo em pontos onde podem ocorrer deslizamentos de encostas ou enchentes. São quase 8 mil casas em situação de risco; o município de Duque de Caxias lidera o ranking com cerca de 680 imóveis.
Em recente reunião, o governo do estado do Rio apresentou aos prefeitos e secretários de vários municípios um plano de emergência para evitar novas tragédias no verão de 2012.
Niterói está entre as 11 cidades do Rio que entraram na lista das mais propensas a sofrer algum tipo de desastre natural ocasionado pelas chuvas de verão. De acordo com a assessoria do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em janeiro o município deverá receber a visita de técnicos para detalhar a quantidade de casas em área de risco e o número de pessoas que vivem nesses locais. Segundo a prefeitura, 19 obras relacionadas a danos causados pelas chuvas estão em andamento em parceria com o Governo do Estado, com o Ministério da Integração Nacional ou ainda com recursos próprios.
Fazer o levantamento das áreas comprometidas e dar orientação aos moradores de como se comportar nos momentos de alerta é bastante importante. Porém é preciso trabalhar de forma constante na educação do povo quanto ao descarte correto do lixo. Aos governantes cabe, ainda, oferecer serviço de coleta rotineira de lixo em todas as comunidades e fiscalizar para que novas construções não sejam levantadas em áreas impróprias.
Enquanto as vias públicas, as encostas e os rios forem utilizados como lixões, nenhuma estratégia de prevenção surtirá efeito. O fim das tragédias, até certo ponto, está em nossas mãos.
Imagem: ghizoni.art.br
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