quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

DINHEIRO QUE VAI PARA O LIXO

Caminhando pela praia de Icaraí, deparamos com o caminhão da Clin recolhendo as cascas de coco das barracas. Perguntamos para onde seria levado o material. A resposta foi que seria descartado no aterro sanitário do Morro do Céu. Uma pena que isso aconteça nos dias de hoje, quando o cuidado com o Planeta deve ser prioridade de todos nós e preocupação constante dos governantes.
A água de coco traz enormes benefícios para a saúde e por isso mesmo a tendência é que seu consumo aumente cada vez mais. O maior desafio que esse bom hábito alimentar nos traz é dar cabo das toneladas de cascas do fruto consumido. Descartado em aterros sanitários, a casca do coco leva em torno de 12 anos para se decompor atraindo para o local, ratos e outros animais; quando chove, torna-se um excelente logradouro para proliferação do mosquito da dengue, doença que ameaça o Rio de Janeiro a cada verão. Reciclar pode ser o caminho para eliminar os transtornos.
A casca de coco é 100% reciclável. Transformada em fibra vegetal pode ser usada em enchimento de estofados, na fabricação de vasos de xaxim e mantas para evitar a erosão do solo. Quando triturada, o pó ajuda no desenvolvimento de plantas cultivadas em vasos e em plantações. A casca seca produz três vezes mais calor do que o carvão, podendo ser utilizada em fornos de pizzarias e em churrasqueiras.
A Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu parte da estratégia de reciclagem da fruta que está sendo difundida por todo o país. Segundo a Embrapa, a partir de 5 mil cocos processados o investimento já está pago e o empreendedor começa a contabilizar os lucros.
No Brasil são produzidas cerca de 700 toneladas por dia desse resíduo e para minimizar o impacto ambiental alguns estados estão buscando alternativas para o problema investindo em cooperativas e fábricas para o reaproveitamento da casca de coco. Além de proteger a natureza processando, cada uma delas cerca de 16 toneladas do material por dia, a iniciativa beneficia a população abrindo postos de trabalho para as famílias mais carentes.
Niterói precisa avançar na sua política de lixo seletivo incluindo coco verde na coleta e estimulando a criação de cooperativas para reciclagem. Por quanto tempo nossa cidade continuará agredindo o meio ambiente, diminuindo a vida útil dos aterros e jogando dinheiro no lixo?
Imagem: Rafael Sardenberg

Nenhum comentário:

Postar um comentário