segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DITADURA DA MAGREZA... DITADURA DO SOFRIMENTO

Nos últimos dias estamos acompanhado, com tristeza, a notícia da internação de Angelina Jolie devido a uma overdose de remédios para emagrecer. Não nos cabe especular o que leva uma atriz consagrada, bonita e rica a esse sofrimento. Infelizmente esse fato é muito mais comum do que se pensa. Ele vem afetando a milhões de meninas, cada vez mais novas a essa mesma tortura. Muito cedo as crianças são expostas a cultura da magreza; na escola as mais gordinhas sofrem bullying. A anorexia e a bulimia já foram constatadas em crianças com menos de 10 anos.
Em outros tempos, os padrões da beleza feminina estavam nas curvas. Em 1954, Marta Rocha foi, aos 18 anos, eleita miss Brasil. Perdeu o título de miss Universo por ter duas polegadas a mais nos quadris. Suas medidas eram: 1.70m de altura; 57 de peso; 94cm de busto; 60cm de cintura; 100cm de quadril e IMC 19,72. Esses padrões são inaceitáveis na moda. O IMC gira em torno de 16,2.
Essa ditadura da magreza começou em outra passarela: a da moda. Segundo os estilistas, as curvas atrapalham o caimento da roupa. Por isso, as magras começaram a dominar nos desfiles. Lesley Hornby se tornou um ícone como a modelo que mudaria os paradigmas nos anos 60. Sua magreza era tanta que ficou conhecida como Twiggy (graveto, palito) (foto). O sonho de ser uma top model tem contribuído para a onda de transtornos alimentares entre as adolescentes. E para realizar o sonho elas pagam qualquer preço: passam fome ou, se comem provocam o vômito.
Agora, uma luz no fim do túnel se acende para as mais rechonchudinhas. Em Sydney, uma griffe de lingerie utilizou modelos mais cheinhas; o mesmo aconteceu na Semana de Moda de Nova York. Em 12 de dezembro passado aconteceu em São Paulo a segunda edição do Fashion Weekend Plus Size apresentando coleções de dez grifes para o verão.
Porém o mais importante na vida não é fazer sucesso pisando numa passarela, seja ela qual for. Se por um lado ser magérrima não é bom, também é preciso cuidado com o sobrepeso e a obesidade.
A importância de preservar a saúde física precisa ganhar mais espaço na mídia. O estímulo à alimentação correta, aos exercícios físicos e à alegria de viver precisam ser apresentadas como caminho para uma beleza saudável que vale a pena. Tudo isso melhora a pele, dá brilho aos olhos e deixa a mulher muito mais atraente.
No mais, desejamos a Angelina Jolie uma plena recuperação.
Imagem: modeficar.blogspot.com

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