Em 2009, a Prefeitura de Niterói apresentou o plano de organização para o trânsito e o transporte da cidade elaborado pelo escritório de Arquitetura Jaime Lerner. Na época foi anunciado que o objetivo seria realizar todo o projeto em cerca de dois anos. Este prazo esgotou em novembro e o que aconteceu nesse tempo foi uma piora sensível no trânsito da cidade. Do projeto, por enquanto, a população acompanha uma obra no centro: o início da escavação de um futuro mergulhão na Rua Marquês de Paraná.
A partir do boom imobiliário, deslocar-se por Niterói vem se tornando uma tortura, cada vez mais dolorosa. Para piorar, a cada acidente na ponte ou chuva um pouco mais forte, a cidade pára. Cumprir horários é quase uma missão impossível.
Curtas distâncias podem ser feitas a pé ou de bicicleta. Porém as ciclovias, não passam de faixas pintadas em alguns trechos de poucas ruas, ainda têm hora marcada para serem utilizadas. Para médias e longas distâncias a população ficou sem opção.
Nos dias de hoje, o ideal seria usar o transporte coletivo. Com custo relativamente acessível, essa escolha diminui o volume de veículos nas ruas, melhorando o trânsito e contribuindo para menor poluição do ar. Mas Niterói conta com frota de ônibus em condições de estimular esse saudável hábito? A oferta de horários atende bem a população? As empresas oferecem um bom treinamento para seus funcionários? A conservação e a limpeza dos carros são feitas de maneira adequada? Os órgãos competentes fiscalizam, de fato, o cumprimento das normas de segurança dos usuários?
Uma leitora do EI! depois de esperar por mais de 30 minutos no ponto e prestes a perder um compromisso embarcou, em um ônibus lo-ta-do, por volta das 15 horas. Segundo ela, o número de pessoas em pé era tanto, que não dava para mexer um músculo. “Fiquei imaginando como trafegam na hora do rush...”, confessou a passageira.
Resta ao niteroiense sonhar, durante o tempo em que fica preso no “engarrafamento nosso de cada dia”, com a implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT) e outras melhorias planejadas para a Nova Niterói.
Imagem: odiariodaregiao.com
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