Duas árvores ou apoios fortes que possam sustentar uma fita de cerca de 1 polegada de largura. Este é o palco para se montar um grande espetáculo de acrobacias: o slackline. Diferente de andar na corda bamba, no slackline a tensão da linha pode ser ajustada permitindo exercícios de alongamentos e saltos mais semelhantes aos que se faz em trampolins.
O esporte nasceu na Califórnia, em início de 1980, através dos experimentos dos escaladores Grosowsky Adam e Jeff Ellington. Ao se espalhar pelo mundo acabou caindo também no gosto de surfistas e skatistas uma vez que os movimentos e os músculos usados são semelhantes nesses esportes. Crianças a partir de 5 anos já demonstram curiosidade pelo esporte que também pode ser praticado por adultos de todas as idades.
Praticar o slackline traz muitos benefícios físicos e mentais ao esportista destacando-se o equilíbrio, a concentração, a consciência corporal e a coordenação motora.
Há cerca de três anos, um grupo de jovens pratica o Slackline em Itacoatiara: Enrico Conti, Carlos Neto e Daniel Leal, conhecido como Daniel Olho (foto), são alguns dos atuais integrantes. Segundo Daniel, eles utilizam
uma fita especial, da Gibbon Slackline: “é uma fita feita especialmente para fazer manobras; é um modelo chamado Jibline, de cor preta. Existe uma catraca que faz uma redução de força para que a fita fique mais esticada e a gente tenha a elasticidade que deseja. Mas também tem uma outra fita mais longa – Surfline - que é uma fita roxa, que tem uma catraca muito mais forte.”
O equipamento é acessível a uma grande parcela da população. Daniel Olho afirma que o preço é relativo, pois se você for dividir pelos dias de Slackline que pratica, vai ver que não dá nem centavos por dia. Segundo Carlos Neto, quem quer evoluir no esporte, precisa comprar um equipamento bom.
Como na praia não há árvores, nem coqueiros, o grupo amarra a fita entre dois mastros de madeira: “a gente utiliza um sistema mais ecológico, que é usar as madeiras que estão deixadas de lado, abandonadas. Enterramos e fazemos um point de estruturas naturais. Nos preocupamos muito com a questão ecológica pois dependemos das árvores, da natureza, para o esporte acontecer”, afirma Daniel Olho. Ele diz ainda que quando árvores são utilizadas na prática do esporte, usam proteções de pano em volta da fita para não danificar o anel da casca da árvore. “Também não utilizamos árvores prematuras, que possam balançar e sacrificar as raízes”, declara Daniel.
O esporte vem crescendo no Brasil. O grupo representa Niterói em campeonatos, trazendo grandes resultados para a cidade. “Já existem vários campeonatos de Slackline, inclusive, esse ano, houve o primeiro Campeonato Brasileiro de Slackline, que foi no mês de setembro”, afirma Carlos Neto. Ele diz que ele próprio, o Daniel Olho, o Enrico Conti e o Gabriel Aglio, já participaram de campeonatos. Daniel conta que o Enrico já disputou a maioria dos campeonatos que têm aqui, vem ganhando vários ou obtendo excelentes colocações; o Gabriel foi o campeão da Copa Nacional de Slackline, na Feira do Ibirapuera, em São Paulo; o Carlos Neto é campeão niteroiense de Slackline, tendo vencido o primeiro campeonato disputado na cidade, neste ano. O próprio Daniel participou de uma competição internacional na Argentina, ficando em 3º lugar. Foi o primeiro título internacional para o Brasil representando este grupo de Niterói. Estes jovens têm mostrado um bom trabalho nesse esporte tendo na equipe os melhores do Brasil.
Para fornecer mais suporte aos atletas, eles estão trabalhando para formar as Associações de Slackline Estadual e Nacional. “É natural que o esporte comece como o skate e outros esportes começaram; eles vieram acontecendo naturalmente e depois formaram Associações. Acredito que entre o início e meados do ano que vem teremos uma Associação de Slackline aqui”, afirma Daniel Olho.
Imagem: Rafael Sardenberg
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