O tratamento das disfunções do mecanismo de consolidação do esqueleto humano é considerado um dos desafios para o cirurgião ortopédico. O Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolve no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) um novo método, que utiliza células-tronco do próprio paciente para o tratamento de tumores, falhas de próteses e fraturas mal consolidadas (as pseudoartoses), em ossos longos. O método, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFF, foi testado no ano de 2009, atingindo resultados satisfatórios em 100% dos casos.
Na descrição do professor Vinícius Schott Garneiro, coordenador da equipe cirúrgica responsável pelo estudo, o paciente é submetido à aplicação de células mesenquimais - células-tronco - no foco de fraturas, falhas de próteses e tumores, sem qualquer exposição por acesso e como alternativa aos procedimentos cirúrgicos tradicionais. São utilizadas células da medula óssea autóloga - do próprio paciente -, total ou processada. O exame físico e a avaliação radiográfica realizados dois, quatro e seis meses após o procedimento comprovam a consolidação óssea e a ausência de complicações clínicas decorrentes. Constatou-se, ainda, a satisfação dos pacientes e a melhora da qualidade de vida com a observância do calo ósseo no exame radiográfico, franca estabilidade ao exame clínico e ausência de dor com capacidade de sustentação e caminhada, eliminando uma ou duas muletas.
Entretanto, embora bem-sucedida, simples de ser replicada em outras instituições, pouco invasiva e de baixo custo, a terapia celular da pseudoartrose desenvolvida no Huap encontra dificuldades para encontrar pacientes que se enquadrem no perfil da terapia, em razão de questões inerentes às normativas oficiais do Sistema Único de Saúde (SUS).
O estudo da terapia celular da pseudoartrose tem financiamento do CNPq, da Faperj, do Decit/Ministério da Saúde e da Finep.
Imagem: uff.br
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