A onda de violência nas grandes cidades está em alta. É cada vez mais comum que conhecidos, colegas de trabalho e mesmo amigos ou familiares sejam vítimas de assalto, seqüestro, acidente de trânsito. Também as guerrilhas urbanas e os desastres naturais são cada vez mais frequentes. Esses são agentes estressores com os quais somos obrigados a conviver diariamente e que podem gerar estresse, ansiedade e pânico.
Da mesma forma cresce, cada vez mais, nas televisões do mundo inteiro, os programas onde a violência e as catástrofes são o foco principal. Os canais fechados apostam no tema. Somados aos noticiários diários, que vêm recheados de cenas reais dignas de filmes de horror, fica difícil para o cidadão, que passou o dia resolvendo os desafios do cotidiano, encontrar uma programação relaxante que o ajude a conciliar o sono. Optar por canais de documentários do mundo animal ou séries históricas pode ser uma saída, quando o episódio oferecido não está sendo reprisado pela enésima vez.
Apesar de toda campanha pela “não violência” e dos estudos que apontam para os malefícios que tais programas provocam na formação psíquica das crianças e jovens, esses seriados e filmes continuam sendo veiculados e muitos deles premiados pelas academias.
A partir dos anos 60, pesquisas realizadas com grupos de crianças concluíram que aquelas que vêem mais televisão são mais agressivas e podem desenvolver insensibilidade ao ato de violência. Outras podem fomentar um medo maior da violência do mundo real.
Sabemos que as empresas de entretenimento não jogam para perder; elas colocam no ar os produtos mais vendáveis. Incitar a insegurança e o medo no telespectador tornou-se a galinha dos ovos de ouro dos empresários do setor. O que isso nos revela?
Estamos banalizando a violência a tal ponto que, até mesmo em nosso momento de descanso, optamos por um lazer que continue nos fornecendo a mesma ‘adrenalina’ que encontramos nas ruas. São os milhões e milhões de telespectadores que estimulam às televisões a investirem nos temas de violência e de catástrofes.
Por que é tão difícil dar um basta? Quanta força é preciso para desligar um botão?
Imagem: forum.outerspace.terra.com.br
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