terça-feira, 18 de outubro de 2011

JARDIM BOTÂNICO: UM VIZINHO MAIS QUE ILUSTRE: OS VISITANTES (3)

Uma das mais importantes atrações turísticas do Brasil, o JBRJ recebe inúmeros visitantes diariamente. São turistas encantados, no primeiro passeio e, também, cariocas apaixonados que utilizam esse espaço para o lazer com a família ou para fazer exercícios físicos. Alguns descobrem novos hobbies, como aconteceu com Carmem Ribeiro Breitinger, moradora da cidade. Ela é observadora de pássaros e vem com freqüência ao Jardim Botânico. Chega às seis e meia da manhã, horário especial que desfruta porque faz parte do grupo Amigos do JB. “Nessa hora tudo é silêncio. Escutam-se apenas os sons da natureza: o barulho das folhas ao vento, o canto das aves e o pio dos filhotes cobrando o alimento”, explica Carmem. Ela diz que as constantes visitas ao parque aguçaram seu olhar, apuraram sua audição e fizeram dela uma pessoa mais atenta ao que ocorre a seu redor. “Com o tempo, estou ficando íntima das aves e já consigo perceber os ninhos que têm filhotes”, afirma.
Do município de Magé vieram, pela segunda vez, quarenta e seis pessoas. “A primeira vez visitamos também o Cristo, então ficamos pouco tempo aqui. Hoje voltamos para passar o dia todo. Neste lugar maravilhoso, até quem chega estressado sai mais calmo”, explica Manoel Nascimento, professor de História da rede pública estadual, que acompanhou o grupo. Marcia, também do grupo, afirma que “estar em contato com a natureza é estar em contato com Deus”.
Do Rio Grande do Sul encontramos Marcos Souza. Ele já esteve no Jardim Botânico e, como historiador, recomenda a visita não só pela riqueza botânica, mas também por sua parte histórica. “Muitos criticam o período do império, mas não podemos negar a importância deste lugar que devemos a D. João VI. Sou encantado com essa ‘floresta’ plantada num dos maiores centros urbanos do mundo. Andamos alguns metros e nenhum som produzido pelas grandes cidades afeta nossos ouvidos.” Nesta visita, Marcos trouxe com ele três professoras do Sul. Uma elas, a Cristina, achou que o JBRJ estava vazio. “Em Porto Alegre temos um parque, o Redenção, que não podemos comparar com este aqui. Mas acho que lá a população aproveita mais. Durante a semana as escolas garantem um grande público com seus professores e alunos. Aos sábados e domingos são as famílias que enchem o local. Pensei que ia encontrar isto aqui fervendo”, finalizou a visitante.
Sérgio Moreira, fotógrafo e professor de fotografia transforma as alamedas em salas de aula para seus alunos e diz porque: “O Jardim é um local absolutamente zen, propiciando fotografarmos rodeados por uma aura de absoluta paz que nos tranquiliza e inspira. O verde exerce sobre o ser humano fluidos altamente positivos e o mesmo ocorre através da convivência com os animais silvestres que aqui habitam. Há mais de 25 anos faço isto e jamais tive qualquer problema, sobretudo em relação a segurança de meus alunos e a seus equipamentos.” Quando está trabalhando Sérgio passa por algumas dificuldades. Segundo ele, os turistas estrangeiros respeitam o trabalho do fotógrafo e não passam na frente da máquina; mas os brasileiros, muitas vezes, não têm esse cuidado. Por fim, o profissional deixa um recado: “Eu gostaria muito que as autoridades de Niterói tivessem o mesmo apreço pelos locais públicos, incluindo as áreas verdes, históricos e culturais que o município do Rio de Janeiro tem!”
Imagem: Rafael Sardenberg

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