Ninguém em perfeito juízo, imaginaria — apesar de alguns indícios — em uma crise econômica nos Estados Unidos na proporção atual. Da mesma forma, repetindo de uma outra forma o Maio de 68 na França, em uma rebelião de massa em Londres e outras cidades inglesas ocasionadas também por problemas econômicos. Outros movimentos de massa, no entanto, foram deflagrados com o intuito de se acabar com regimes ditatoriais, tolhendo a liberdade das pessoas. Em outros casos, como começa a ocorrer no Brasil, os protestos são feitos em relação a corrupção e, algumas vezes, a uma certa impunidade em relação aos corruptos, que utilizam os mais diversos artifícios para não receberem punição.
Diante da crise econômica a presidente Dilma Rousseff alega que passamos apenas por uma "turbulência dos mercados internacionais" e que o Brasil possui divisas de 350 bilhões de dólares, além de reservas de compulsório de 420 bilhões de reais. Ela acredita que haverá necessidade de se manter um consumo moderado, a fim de contermos a inflação e ao mesmo tempo a indústria operando de forma eficiente. Tudo são previsões. O que, no atual quadro, precisamos conter de maneira inadiável é a corrupção na administração e órgãos públicos. Com um número irreal de ministérios — muitos cabides de empregos — e loteamento de vagas públicas, em detrimento do concurso democrático, essa é uma tarefa a ser atacada de frente pelos governos, não só o federal, mas os estaduais e municipais.
A corrupção não pode servir de elemento para uma explosão de indignação da população brasileira, pois, nem sempre, isso ocorre de forma pacífica. A paciência tem limites.
Imagem: correiodobrasil.com.br
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