As escolas como ‘ilhas verdes’ nos centros urbanos
O geógrafo formado pela UFRJ Rogério Lafayette, em entrevista para o jornal EI!, afirmou que recentemente o jornal O Globo mostrou estudos científicos que comprovam que os oásis urbanos (ilhas verdes) nas cidades amenizam a temperatura do entorno em até 4 graus.
Lafayette tem especialização na UERJ/FFP em dinâmicas urbano-ambientais e, como professor de geografia da rede municipal de Niterói, desenvolveu um programa de plantio de árvores nas escolas. “Se não for possível arborizá-la (algumas escolas estão completamente cimentadas hoje), que seja a rua em frente ou o seu entorno” sugeriu.
Trabalhar em escolas com terrenos grandes e espaços ociosos com solo foi seu estímulo inicial. “Utilizar esse potencial da escola, podendo sair um pouco com os alunos da sala de aula, por que não aproveitar? Conhecer pela internet Rosa Sousant, professora de São José dos Campos que organiza um dia de plantio de árvores em escolas de todo o país (o ENO Tree Planting Day), foi uma motivação a mais para continuar plantando. A Escola Municipal João Brazil (EMJB), em que atuo desde 2007, participa desse evento desde 2010” afirmou.
As vantagens de uma escola arborizada
As vantagens de uma escola arborizada
Lafayette enumera algumas vantagens de uma escola arborizada: “Na escola, o plantio de árvores tem um grande valor pedagógico, além do ambiental: os alunos têm contato com o solo, cuidam das mudas, acompanham o seu desenvolvimento e conhecem diferentes espécies. Os alunos, em geral, participam, só precisam ser estimulados”, apontou o geógrafo.
Mas o trabalho é árduo e as dificuldades muitas: “Na EEMJB tenho todo o apoio da direção da escola, mas nem todo lugar é assim. Aprendi a transformar obstáculos em motivação”. Ele conta que muitas vezes paus e pedras substituíam as ferramentas que não havia. Caixinhas de leite viravam sementeiras para o pequeno viveiro de mudas desenvolvido na própria escola. Segundo Lafayette, não foi fácil conseguir árvores e o horto do Jardim Botânico do Rio foi o que mais doou.
Em 2012, o projeto "Em cada canto um canteiro cultivado" plantou mudas para recompor a mata ciliar do Rio das Pedras (valão que drena o Morro do Castro) onde fica a EMJB.
Imagem: Campo do Gordo – Morro do Castro – Niterói
Foto: Carina Motta
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