O prédio de linhas neoclássicas do Teatro Municipal João Caetano (TMJC) foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, em 1990. Após o tombamento teve início o estudo para a recuperação de suas instalações. As obras iniciaram em 1992 e terminaram em 1995. O trabalho foi premiado pelo Instituto Arquitetos do Brasil sendo considerada a mais profunda obra de restauração, no patrimônio cultural do Brasil, até aquela época.
Mas o teatro não foi restaurado para ser apenas admirado como uma joia arquitetônica da cidade. O teatro pode e deve ser um local de entretenimento, mas também precisa ser usado como um instrumento cultural e educacional para a comunidade. Foi pensando nisso que buscamos a diretoria do TMJC para conhecer os objetivos da nova gestão.
Para a diretora geral Marilda Ormy, seu maior objetivo é formar plateias. “Na prática funciona assim: A gente senta com o artista que vai se apresentar e conversa com ele da importância de nos ceder convites para que a gente possa criar uma estratégia com o nosso público”. A pessoa responsável pela gestão desses convites doados é a assessora de produção Simone Macêdo. “Ela resolve que tipo de ação vai realizar. Dependendo do espetáculo, ela decide se vai trabalhar com público infantil, com escolas municipais ou com instituições que trabalham com pessoas carentes... Então, são ações educacionais e ações sociais”, explicou Marilda.
O produtor Gustavo Martins afirma que eles estão, também, buscando qualidade. “Queremos abarcar várias linguagens para que a população de Niterói tenha a possibilidade de ver várias produções. Essa coisa de tentar trazer novos projetos tem tido resultado bacana tanto que no mês de julho vamos trazer Ópera. Serão três finais de semana fortes com programação de ópera”.
Para Ormy o tempo é pouco para o que desejam fazer que é distribuir, igualitariamente, teatro infantil, teatro adulto, música (MPB, instrumental...) música clássica e a dança “É muita coisa boa para colocar em 34 fins de semana. E ainda quero trazer cinema, vídeo, literatura e outros. Mas isso está tudo organizadinho na cabeça”, garante.
A assessora de produção Simone Macêdo fala com orgulho do seu trabalho. “Tivemos alguns dias atrás a peça Visitando Camille Claudel. Um tempo da peça se passa dentro de uma clínica psiquiátrica. Então, eu fui à clínica de psicologia, de psiquiatria e trouxe esse público aqui. E foi superbacana. A peça foi tema de discussão no hospital psiquiátrico de Jurujuba. Para assistir a Companhia de Ballet de Niterói vamos trazer o grupo de voluntários que faz trabalho na associação Abrace. Eles lidam com crianças de 2 a 6 anos que sofrem violência fora ou dentro de casa”. Esse projeto que começou, segundo Marilda, “timidamente em março” já desenvolveu bastante. “As pessoas têm vindo procurar convites e eu procuro fazer uma seleção disso”, acrescentou Simone.
Para finalizar, Marilda Ormy fez um pedido em nome de toda diretoria do TMJC. “Esse teatro é da cidade e a população precisa conhecer. Para facilitar, temos uma parceria com o estacionamento do Plaza que reduz bem o valor cobrado para quem vem ao teatro”.
Imagem: Rafael Sardenberg
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