Os dados estão no relatório sobre as cidades latino-americanas, feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), que foi divulgado em agosto passado.
4º lugar em desigualdade social
No Brasil, sexta maior economia do mundo, 50% da população vivem em condições desfavoráveis. Segundo o documento da ONU, 22% da população, mais de 37 milhões de brasileiros sobrevivem com renda de R$ 4 por dia, o que significa situação de pobreza ou indigência. Outros 28% moram em comunidades com infraestrutura precária.
O relatório comprova que o índice de pobreza no Brasil é o 4º maior entre os países da América do Sul; na Argentina e no Uruguai os pobres são 9% da população e no Chile 12%.
Os brasileiros perguntam
Como explicar a triste realidade brasileira quando o Produto Interno Bruto (PIB) do país corresponde a 32% do total do PIB da América Latina e é o sexto maior do planeta, ultrapassando o Reino Unido?
O sociólogo Antonio David Cattani, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul afirma que crescimento não significa desenvolvimento: "A grandeza de uma nação não é medida pelo volume de recursos naturais extraídos ou pela quantidade de riqueza socialmente produzida, mas pela sua justa repartição de forma a assegurar o bem comum". Já o economista Antônio Dias Leite em seu livro ‘Brasil – País Rico - O que ainda falta?’ aponta para a necessidade de melhorar a distribuição de renda, eliminar a pobreza e conter as agressões ao meio ambiente, além de conciliar crescimento econômico com uma relativa estabilidade monetária.
Para alguns estudiosos as razões das desigualdades sociais são históricas e estão ligadas às políticas econômicas equivocadas e ao baixo grau de instrução da população. A presidente Dilma, em palestra proferida em 10 de abril deste ano, na Universidade de Harvard, declarou que a educação no Brasil é um caso “gravíssimo” e precisa melhorar “da creche à pós-graduação”. “O Brasil tem de correr muito para estar à altura dos desafios que nos apresentam no caso da ciência, tecnologia e inovação”.
Então, está dada a largada. Que o Brasil, enfim, reconheça o que os países desenvolvidos já comprovaram, faz tempo: educação não é despesa; é investimento. E dos mais rentáveis!
Imagem: gazeta24horas.com.br
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