sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

FISIOTERAPIA: A EMOÇÃO DE CURAR COM AS PRÓPRIAS MÃOS

A fisioterapia tem enorme importância no trabalho de recuperação de atletas lesionados. Para ser um bom fisioterapeuta é necessário, além de uma boa formação, ter aptidão e gostar do que se faz. E essas características, somadas ao ambiente alegre para a realização do tratamento, são encontradas em Raldrei Natividade, graduado e pós-graduado na Universidade Estácio de Sá, e fisioterapeuta do Flamengo.
“Percebi meu interesse pela Fisioterapia porque tinha muita habilidade para trabalhar com as mãos”. Ele fazia o terceiro ano de Administração de Empresas, na época e estava infeliz, por não ver o resultado do trabalho. Foi nesse momento que encontrou um ex-colega de faculdade, que estava fazendo Fisioterapia, e lhe explicou do que se tratava o curso. “Vendo que gostaria daquela atividade fiz um novo Vestibular”.
Entrou no Flamengo em 1998, levado como estagiário por Nilton Petrone, conhecido como Filé, então Coordenador de Fisioterapia da Universidade Estácio de Sá, onde Raldrei estudava. Com a ida de Petrone para a Itália para tratar da primeira ruptura patelar de Ronaldo “Fenômeno”, a equipe formada por ele migrou para os esportes olímpicos, hoje, paixão de Raldrei. “Trabalhar no Flamengo não tem explicação; tem que ser muito apaixonado, porque lá tem as suas dificuldades. Mas a alegria de trabalhar num clube como esse faz com que você crie forças para superar os problemas que o clube enfrenta”, afirma.
Em relação aos tipos de lesões, Raldrei gosta de tratar os relacionados ao aparelho locomotor. Ele diz que “a lesão mais desafiadora para a cura com a fisioterapia é quando o paciente não acredita que pode se curar”.
Para um atleta profissional de alto rendimento, a rapidez na recuperação, por mais grave que seja a lesão, é sempre fundamental. “Na área da fisioterapia traumato-ortopédica desportiva, a sobrecarga é muito maior, porque a gama de cursos disponíveis nessa área é muito extensa”, afirma. Ele diz que hoje um fisioterapeuta pode escolher qualquer área para trabalhar e usar qualquer técnica, ou pode, se quiser, usar uma técnica só. Para ele, “na área do esporte o fisioterapeuta não pode se dar ao luxo de falar que é um quiroprata, um osteopata, um RPGista. Ele tem que ter uma mala completa com todas essas técnicas, porque o atleta precisa se recuperar para ontem”, explica.
Raldrei participou do tratamento de uma das lesões de joelho de Ronaldo “Fenômeno”. “Ronaldo é um cara tranquilo e brincalhão. Veio da Itália para fazer no Rio de Janeiro um tratamento diário de 12 horas, dividido em duas sessões. Ninguém acreditava que ele voltaria; só a gente sabia. Foi uma experiência muito legal, ver um atleta que estava no auge sair dessa lesão, ter outra lesão igual e ainda ser campeão do mundo”, conta.
Sobre ter trabalhado no Pan-Americano Rio-2007 pelo COB, ele afirma que “pelo fato de ter ficado em um setor que atendia a atletas de todos os países, foi uma grande experiência, pois proporcionou uma troca muito interessante de ideias e de trabalhos, com profissionais de várias áreas das ciências biomédicas.”
Em relação ao grande crescimento do Brasil na Natação atualmente, mostrado pelo elevado número de medalhas ganhas pelo Brasil no esporte no Pan-Americano de Guadalajara-2011, Raldrei credita ao grande investimento dos clubes o bom momento vivido: “investimento não só nos atletas, mas também em atualização dos técnicos e na formação de uma grande equipe de apoio”.
Sobre César Cielo, maior nadador da história do Brasil, e com quem trabalha no Flamengo, Raldrei diz que Cesão, como é conhecido no meio, é um atleta que não se lesiona. “Muito técnico e muito inteligente, ele tem grande conhecimento do próprio corpo e consegue conversar com o fisioterapeuta sobre isso, facilitando o trabalho do profissional”, explica.
“A coisa mais interessante que eu tenho a falar sobre o meu trabalho é a grande emoção que se tem de poder ajudar a pessoa, com as próprias mãos. A essência, prá mim, pro Raldrei, é poder ajudar a pessoa, simplesmente com a mão, convencer que ela pode se tratar e se curar; é a minha maior paixão, hoje, é o que me move”, finaliza.
Contatos: 9914-5068/7188-0888/raldrei@raldrei.com.br/www.raldrei.com.br
Imagem: cedida por Raldrei Natividade

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