terça-feira, 24 de julho de 2012

EDUCAÇÃO EQUIVOCADA NOS ESTADOS UNIDOS, NO BRASIL E NO MUNDO

Segundo educadora a educação voltada para o mercado de trabalho não promove mudanças reais na sociedade. 

Especialistas das universidades de Harvard e Stanford concluíram um estudo que comprova o declínio do ensino fundamental americano. A preocupação é que a crise educacional venha refletir no mercado de trabalho, com a falta de mão de obra especializada. 
O Brasil também passa por uma longa crise na educação. Em uma entrevista para o jornal Folha Dirigida*, foi perguntado à educadora e estudiosa dos ensinamentos de Jiddu Krishnamurti, Eny Junqueira (foto), quais seriam os maiores problemas da educação brasileira e como Krishnamurti os enfrentaria. Ela respondeu: “Enquanto estivermos buscando soluções específicas para um ou outro país, estaremos lidando na superfície.” Segundo Eny, a raiz do problema é o mesmo, em qualquer lugar do mundo: “O problema não está geograficamente instalado. O problema está no ser humano, em cada um de nós: em nossos medos, nossos preconceitos, nossa violência dissimulada e a corrupção no cérebro humano.” 
A educadora lembrou que nas escolas criadas por Krishnamurti na Índia, na Inglaterra e nos Estados Unidos, apesar das realidades sociais e culturais diferentes, o foco era o mesmo: o autoconhecimento. “Em todas elas, o trabalho vai muito além das disciplinas regulares para focar, com muita ênfase, a mente humana e seus condicionamentos. Essa é a verdadeira educação: universal e, por isso mesmo, revolucionária.” 
Para Eny, a educação convencional é incompleta: “A educação voltada para a questão técnica e para as necessidades do mercado é equivocada e, por isso, incapaz de promover as mudanças necessárias na sociedade. Assim, continuaremos convivendo com o medo, com a insegurança, com a violência, com as guerras ...”. 
“A quem interessa investir em uma nova maneira de educar, que desperta a inteligência da criança, que leva o jovem a se perguntar: qual a verdadeira finalidade do viver? Por que vivemos, lutamos e porque existem guerras e discórdia permanente entre os homens?” indagou. 
Sobre o Brasil, ela questiona: “Por que este país, com todas as possibilidades que lhe foram dadas, convive com tantos problemas? Por que neste país, não importa se com dinheiro público ou particular, não se promove a abertura dessas escolas, com essa nova abordagem educacional?” questionou Eny. 
*De 16 de junho de 2005

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