COOPERATIVISMO - CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE

Pesquisa de niteroiense conclui: O Brasil tem a menor cooperatividade se comparado com economias do mesmo porte 

Neste ano em que se comemora o Ano Internacional do Cooperativismo, o niteroiense pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, Júlio Aurélio Vianna Lopes, teve seu livro “Cooperativismo Contemporâneo: Caminho para a Sustentabilidade” distribuído na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20. Com o apoio da ONU ele levantou os dados sobre o cooperativismo, em 94 países do mundo. 

Para o pesquisador, as cooperativas sociais podem ser a solução para indivíduos em desvantagem social. Segundo ele, nos países com maiores índices econômicos, sociais e ambientais as cooperativas são fortes: a Finlândia lidera o grupo, seguida de Holanda, Noruega, Suíça, Dinamarca, Suécia, Singapura, Japão, Canadá, Coréia do Sul, Áustria, Nova Zelândia e Austrália. Ele afirma que “nestes países há cooperativas até para produção de energia, sobretudo as renováveis.” 

“Apesar de ser um povo conhecidamente solidário, o brasileiro pouco tem de cooperativismo, considerado como uma das principais saídas para o tão pretendido desenvolvimento sustentável”, alerta o pesquisador. 

Os cinco anos de pesquisa do cientista político levaram a conclusão de que o Brasil, por falta de políticas públicas de desenvolvimento sustentável, tem a menor cooperatividade se comparado com economias do mesmo porte. “Infelizmente, o Brasil se situou como o de menor cooperatividade (menos de 5% da população), superado até pela Argentina (23,5%), lamentou. O trabalho constatou que nos últimos dez anos, as cooperativas dobraram no país sendo a maioria nos ramos de consumo e de crédito, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste. “As cooperativas de reciclagem existem em praticamente todo o território nacional, mas têm origem na miséria”, resume Júlio Aurélio. 

O livro foi editado pela SESCOOP/RJ – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – e inclui as teorias, a história e as políticas implementadas pelos governos. Ele está à disposição das cooperativas, instituições dos segmentos envolvidos, como economia solidária e população em geral. Interessados devem entrar em contato com a SESCOOP (Avenida Presidente Vargas, 583, Sala 1.204 - Tel.: (21) 2232-0133).

Imagem: cdlvca.com