Este ano, em muitas partes do Brasil, estão sendo feitas homenagens a Luiz Gonzaga, uma das mais emblemáticas figuras da música popular brasileira. Também conhecido como o Rei do Baião, ele completaria cem anos, em 13 de dezembro. A simplicidade de sua música emocionou os franceses ao se apresentar, em 1986, para 15 mil pessoas no parque urbano de Halle de La Villette, em Paris.
Durante toda sua vida, acompanhado do acordeão – que aprendeu a tocar com o pai - da zabumba e do triângulo ele cantou a sina do povo, no sertão nordestino.
Em ritmo de xote, baião ou xaxado ele cantava os momentos de alegria nos forrós pé de serra: “Mete o dedo na sanfona/ Quero vê o baixo falá/ Sanfoneiro quando é bom/ não deixa o baile esfriá”.
Os dias de tristeza ele expressava em forma de oração: “Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho/ Pedi pra chover, mas chover de mansinho/ Pra ver se nascia uma planta no chão/ Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe/ Eu acho que a culpa foi/ Desse pobre que nem sabe fazer oração (...)”.
Em suas letras, a presença das Festas Juninas é marcante: “Fogueiras, amor e matrimônio/ Tudo era tão lindo, era diferente/ Nas noites de junho de antigamente” diz os versos de uma de suas canções. O seu amor pelas festas juninas faz do mês de junho o momento ideal para relembrar a sua obra e manter acessa essa tradição popular.
Em Niterói, apesar da vocação cultural e turística, infelizmente esses festejos ainda não fazem parte do calendário oficial da cidade. Além disso, muitas das que são anunciadas como juninas estão completamente descaracterizadas: são pessoas aglomeradas, bebendo e ouvindo música que nada tem a ver com a cultura junina, em torno de barraquinhas que, da culinária típica, pouco oferecem. Uma pena!
Ainda bem que os apreciadores das comemorações juninas podem contar com algumas escolas e instituições que continuam mantendo a tradição na cidade. A Escola Aldeia Curumim vai realizar a sua no dia 30 de junho, homenageando Luiz Gonzaga. Para ele, a verdadeira festa junina tem que ser assim: “No terreiro tem fogueira/ Tem sanfona no salão/ Vão furar a bananeira/ Prá fazer adivinhação”.
Imagem: luisgonzaga2012.blogspot.com
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