O crescimento vertiginoso das cidades vem contribuindo fortemente para degradar a qualidade de vida de seus habitantes. Os prédios, cada vez mais altos, impedem a circulação do ar, elevando a temperatura. Nesse caso, jardins e espaços verdes tornam-se cada vez mais necessários como elementos que contribuem para a redução do calor.
Segundo a agrônoma Luciane Dénys falta política de paisagismo público. Na ausência dessa vontade política, Luciana aponta outro caminho: “Já que falta esse carinho para o espaço público acho que todo mundo pode ter uma varanda, uma parede com placas de bromélias, orquídeas... qualquer coisa... um vaso de planta. Isso humaniza. O verde acalma e as pessoas ficam menos irritadas”, afirma.
Em tempos de preocupações ecológicas, como planejar um jardim que consuma pouca água e não agrida o solo com fertilizantes químicos e agrotóxicos? Para Luciane montar um jardim é criar um micro ecossistema. “É um ambiente menorzinho, mas vai atrair pássaros que ajudam a difundir a semente. Todo um ciclo natural acontece ali: sementes germinam, plantas crescem, as folhas caem e vão adubar o solo. Eu acredito que uma grande quantidade de pequenos jardins podem contribuir positivamente para a sustentabilidade.”
Para economizar água, a profissional recomenda a irrigação: “É uma economia incrível”. Para quem optar pela rega, ela dá uma dica: “Regar de preferência à tardinha quando a evaporação da água é menor; ou pela manhã, bem cedo”.
Quanto ao adubo e o fertilizante ela afirma que “o adubo orgânico é bom, mas o resultado é a longo prazo. Quando necessário uso fertilizante, dentro dos critérios de proteção ao meio ambiente. Gosto também de usar o calcário, que equilibra o pH do solo e dá uma diferença incrível na terra.”
Para o controle de pragas ela diz que existem várias receitas caseiras que dão bons resultados. Mas se o caso é erva daninha no gramado a solução está, quase sempre, no pesticida. “Neste caso é bom contar com um profissional”, aconselha.
“Usar plantas nativas contribui para a sustentabilidade do jardim. As plantas nativas já estão climatizadas e por isso são mais fortes e menos vulneráveis a pragas”. Ela lembra, também, a questão estética: “fica mais harmônico acompanhar a paisagem natural”, finaliza.
Luciane Dénys
Luciane Dénys
Agrônoma - Universidade Rural do RJ
www.lucianedenys.com
Imagem: Rafael Sardenberg
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