Em tempo de férias, quando muitos prédios escolares são reformados, considero
interessante lembrar que as escolas, principalmente as públicas, deveriam ser
exemplo de respeito e proteção à natureza.
Uma escola voltada para o futuro precisa funcionar dentro dos novos padrões de
sustentabilidade. E isso não é tão complicado assim. Na construção de escolas
novas ou nas reformas das que já existem a captação de água de chuva; sistema
para reutilização da água e o uso de energia solar deveriam estar incluídos no
projeto. Isso falando minimamente.
Nada ensina melhor do que a vivência. Em uma escola que faz capitação da água
de chuva e tratamento da água utilizada para reuso, os alunos vão entender
melhor a situação da água potável no Planeta. Da mesma forma, o uso de
painéis solares vai levá-los a compreender as implicações das fontes de energias
utilizadas no país: as hidroelétricas que inundam extensões imensas de terra,
interferindo nos ecossistemas; as termoelétricas, que utilizam combustíveis
fósseis e emitem gases de efeito estufa na atmosfera, em quantidades
consideráveis; e as nucleares que colocam a população em risco de vazamento
radioativo.
Construir escolas inteligentes deveria ser prioridade dos governos, como forma
de conscientizar os alunos sobre o consumo correto da água e a necessidade
de buscar novas fontes energéticas renováveis para a preservação do meio
ambiente. E no Brasil as possibilidades são imensas. E por que isso não é feito?
Este seria o questionamento que, por certo, os estudantes dessas escolas fariam.
Será que nossos governantes querem responder a esse tipo de pergunta?
É possível
Em 1930 o filósofo Krishnamurti estabeleceu uma escola no Vale do Rishi, ao
sul da Índia, uma região árida e coberta de rochas.
A metodologia da escola seguia os princípios de liberdade interior, bondade e responsabilidade com o meio ambiente já difundida pelo seu fundador numa
época em que pouco ou nada era tratado sobre esse assunto.
Através de processos simples e inteligentes de irrigação e armazenamento
de água, a região da escola foi totalmente reflorestada, com a ajuda das
comunidades da redondeza e dos alunos.
Em julho de 1991, Rishi Vale foi declarado santuário de pássaros. Em 2008,
o governo Andhra Pradesh declarou Rishi Valley e seus arredores uma "Zona
Especial de Desenvolvimento", com a missão de "proteger e conservar seu
ambiente rico e diversificado”.
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