Benesses para as montadoras
Por que o Governo Federal dá benesses às montadoras de automóveis, concedendo redução de IPI, com recursos da população brasileira, grande parte da qual não tem condição de comprá-los? Essas benesses poderão, afora às montadoras e aos interesses político-eleitorais do Governo, trazer vantagem a médio e longo prazos ao País?
Em 13 de agosto passado, o Yahoo! Finanças, em artigo publicado na versão on-line da revista americana Forbes, especializada em finanças, criticou os preços abusivos pagos pelos brasileiros em automóveis. Como exemplo, o articulista citou o valor do Jeep Grand Cherokee, que custava R$ 179 mil (US$ 89,5 mil) no Brasil, enquanto nos Estados Unidos, o mesmo carro saía por cerca de US$28mil. Os interessados pesquisem a defasagem de preços entre os carros mais populares. Além de automóveis não serem bens essenciais, por que beneficiar um setor já tão privilegiado? Por que o Governo não investe em transporte público de qualidade, diminuindo os congestionamentos, a destruição da camada de ozônio e a nossa própria capacidade de sobrevivência?
Por outro lado, o Governo impõe às empresas do setor elétrico, prioritárias para o desenvolvimento do País, redução das tarifas cobradas, a partir de 2013, acenando com compensações por investimentos não amortizados tremendamente questionadas pelas empresas. A Eletrobrás teve seu lucro bastante reduzido no 3º trimestre de 2012; então, não está tão bem assim. Para piorar, desde o anúncio da redução das tarifas até meados de novembro, a perda das empresas de energia na bolsa de valores alcançou R$ 32 bilhões. É quase certo que as medidas serão aprovadas; o Governo (com nosso dinheiro) é acionista majoritário em grande parte destas empresas. Se tal acontecer e futuramente “formos para a escuridão”, não reclamemos... aplaudamos a nós mesmos pela falta de energia, apagões e por termos escolhido erroneamente nossos representantes. Os custos da energia no Brasil são elevados. Mas o que se pergunta é por que a questão não foi avaliada a priori entre as partes?
A Petrobrás, declarada pelo governo anterior como autossuficiente, não tem sequer capacidade de refino de petróleo para abastecer o País: importa combustíveis e os vende mais barato do que compra. Com lucros cada vez mais minguados, foi anunciado na Bloomberg Television, em 16\11\2012: Petrobrás ameaça vender mais ativos se não houver aumento no preço da gasolina.
O Banco do Brasil (BB) e a CEF, com injeção de recursos públicos, parecem estar sendo usados para forçar os bancos privados a reduzirem juros e tarifas. Como investidor não é tolo, as ações do BB também estão em queda nas bolsas. Se a inadimplência crescer na CEF e no BB quem irá pagar a conta? Advinhem? As “negociações” salarias com os servidores públicos federais foram, em geral, da seguinte forma: o reajuste será de tanto. Como várias categorias não aceitaram, ficarão sem reajuste, ao menos em 2013. Sugerimos que esses servidores “apertem os cintos” porque não se sabe se e quando o reajuste virá e também porque, de fato, a inflação existe. Mas para as montadoras... Ameaças, pressões etc são a política econômica brasileira? E tudo que o Governo diz é que a crise externa é a culpada por nossos males. Por que somos tão dependentes?
PIB, Crédito e Inadimplência
Por que o Governo aposta que um povo, cuja maioria não dispõe de recursos excedentes, é capaz de por meio do endividamento manter o crescimento do PIB a longo prazo? Durante boa parte do ano, o Governo alardeou que o PIB cresceria de 4 a 4,5%. Talvez mal chegue a 1,5% e, mesmo assim, devido ao aumento das vendas e dos preços de produtos agrícolas por causa da seca nos EEUU. As medidas econômicas (reduções de juros, IPI etc) pouco efeito tiveram. Agora, pretende um crescimento superior a 4,5% em 2013. Mesmo que isso ocorra, será extraordinário? Alguns países da Ásia e da América Latina, com menos recursos disponíveis, estão crescendo a taxas de até 5% ao ano. Por que?
O que já deveria ter sido feito?
Os investimentos realmente necessários em educação e em infraestrutura (ferrovias, rodovias, portos etc), até o momento são insignificantes. Será que não estamos vivendo um período de tremenda ditadura econômica, na qual o governo, há muitos anos, muito promete e pouco realiza?
O que fazer afinal?
Pode o bem-estar geral ser produzido à força? A história da humanidade não tem demonstrado esta impossibilidade?
Não somos políticos partidários, graças a Deus. Pode o partidário ser capaz de enxergar o todo e agir pelo bem de todos? Entendem a pergunta? Mas, por favor, para o seu próprio bem, o de seus filhos e netos, se os tiverem, não aceitem o que está sendo dito por ninguém. Questionem, investiguem, percebam e atuem. O tempo cronológico para essa atuação pode ser bem menor do que estejamos percebendo.
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