" ... dar esmola a um homem são / Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão".
Luiz Gonzaga, uma das mais emblemáticas figuras da música popular brasileira completaria cem anos, no próximo dia 13 de dezembro.
Durante toda sua vida ele cantou a sina do povo no sertão nordestino. Um dos exemplos são os versos de Vozes da Seca, uma mensagem direta aos governantes: “Mas doutô dá ismola a um homem são / Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão (...) Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barragem/Dê cumida a preço bão, não esqueça a açudage /Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage /Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage. (...).
Acompanhado do acordeão – que aprendeu a tocar com o pai - ele festejava os momentos de alegria nos forrós pé de serra: “Mete o dedo na sanfona/ Quero vê o baixo falá/ Sanfoneiro quando é bom/ não deixa o baile esfriá”.
Os dias de tristeza ele expressava em forma de oração: “Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho/ Pedi pra chover, mas chover de mansinho/ Pra ver se nascia uma planta no chão/ Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe/ Eu acho que a culpa foi/ Desse pobre que nem sabe fazer oração (...)”.
A simplicidade de sua música emocionou os franceses ao se apresentar, em 1986, para 15 mil pessoas no parque urbano de Halle de La Villette, em Paris.
Luiz Gonzaga faleceu no dia 02 de agosto de 1989.
Imagem: luisgonzaga2012.blogspot.com
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