A aprovação, em abril/2014, de uma resolução que considera abusiva a
publicidade infantil foi elogiada por pais, mas contestada por anunciantes e
pela mídia. A polêmica acabou sendo o tema da redação do último ENEM.
Que as crianças não têm
maturidade suficiente para se protegerem da persuasão exercida pela publicidade
maciça nos meios de comunicação é uma verdade. Como também é verdade que a propaganda,
cheia de atrativos, seduz os pequenos desavisados. Mas daí a pensar que proibir
sua veiculação vai resolver o problema, a meu ver, é um engano. Proibir, nunca
foi um bom caminho para a formação de um jovem. O que prepara o jovem e dá discernimento
entre o certo e o errado, o possível e o impossível é a Educação. E esse é o
papel dos pais: educar.
As crianças desse ‘novo
tempo’ estão crescendo em meio a muita proibição e pouca compreensão. E essas
proibições estão sendo ditadas por outras autoridades, e não pela família. A
escola proíbe o uso do celular em sala de aula. Mas será que funciona? O jovem educado
para perceber a importância de estar atento às aulas não desligaria o aparelho
por conta própria? Isso, sem contar que, muitas vezes, os mesmos pais que apoiam
determinadas interferências do governo em um setor, estimulam seus filhos a
descumprirem outras. Quem não conhece um pai/mãe que entrega chave de carro ao
filho menor de idade? Pois é!
Também, é preciso atentar
que não é só a publicidade que influencia a criança. Na escola ele vai conviver
com outras crianças; vai vê-las com brinquedos e objetos e pode desejá-los
também. Os pais vão solicitar que a escola proíba as crianças de levarem
brinquedos? Ou vão conversar com o filho
mostrando que nem tudo que ele vê ele precisa ter. Qual a diferença entre esta
situação e a publicidade na mídia?
Para muitos pais dar
limites não é uma coisa fácil. Com poucas horas diárias de convívio com os
filhos eles evitam confrontos e tornam-se permissivos. Esta atitude acaba produzindo
adultos insaciáveis em seus desejos. A psicoterapeuta inglesa Asha Phillips,
afirma: "Pais que se recusam a dizer não nos momentos apropriados
estão roubando de seus filhos a capacidade de exercitar suas emoções".
Imagens: cassiomd.blogspot.com
/ amaternidademefascina.com
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