Desde 2004, Niterói tem o maior IPTU per capta do Estado. A cidade ocupa a segunda posição na arrecadação de ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis) e a quarta, em arrecadação de ISS (Imposto sobre serviços).
Em 2009, um relatório elaborado pela ALERJ (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) mostrou que apesar da excelente arrecadação de IPTU, pouco é investido na conservação da cidade. A prefeitura não comentou o resultado do trabalho.
Em 2000, o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrava 43 favelas em Niterói; o censo de 2010 registrou 77. A população vivendo em comunidades aumentou em 59%.
Preocupante, também, é o crescimento imobiliário: a partir de 2006, foram lançados 157 novos empreendimentos, segundo dados da Ademi-Niterói (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário). Este número representa 15.176 novas unidades residenciais. Segundo a prefeitura, nesse mesmo período, foram emitidas 220 licenças para novas edificações coletivas.
Levantar prédios, em Niterói, acontece com uma rapidez espantosa. Mas não se vê nenhuma obra de porte para dar conta desse novo perfil verticalizado da cidade. Ela não está preparada para receber os futuros moradores atraídos pelo “boom” imobiliário. Nossas ruas são as mesmas do início do século passado. Não vai ser trocando a mão e fazendo pequenas intervenções que o trânsito fluirá. A rede de esgoto já demonstra saturação e a energia elétrica caminha, ainda, pelos obsoletos fios aéreos. E a água? Se hoje falta para muitos, de onde o sistema Imunana Laranjal vai captar mais para atender a nova população? A cidade carece também de hospitais públicos e segurança.
Será que podemos chamar ao que estamos assistindo de desenvolvimento? Há desenvolvimento sem infra-estrutura compatível, sem respeito às questões ambientais e sem garantia de qualidade de vida? Será que nossa cidade não está seriamente adoecida? E quanto ao que estamos assistindo não poderemos chamar de “inchaço”?
Imagem: blog.felipepeixoto.com.br
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